O encanto de Padre Ramiro

É com muito pesar, angústia, tristeza e, até mesmo, revolta que acabo de tomar conhecimento do assassinato do Padre Ramiro. Quem me conhece sabe que não sou católica, nem evangélica, nem nada. Mas acredito no amor. E por isso me identifiquei tanto com padre Ramiro, quando em dezembro passado tive a oportunidade de ouvi-lo e recitei uma poesia pra ele, que em seguida me abraçou e tirou uma onda, dizendo: ‘Essa menina tem um quê de comunista!’.

Era uma missa de Natal e a reflexão que ele nos propôs foi sobre o poder do REENCANTO. Nunca fui chegada a missa, sempre ia a contragosto. Mas esta missa de Natal foi diferente, envolvente, humana. E o que mais me impressionou foi a visão dele em relação aos reais valores da vida.

Agora choro. Choro porque sofremos um grande desfalque.

Que os encantos do padre Ramiro perdurem aqui na terra, brotando e crescendo as sementes por ele plantadas e que por loucura do homem (um menino!) não podem mais ser regadas pelas mãos dele.

Desculpe, padre, mas no momento me encontro desencantada.