Dr. Robalinho,
Quero antes de tudo agradecer. Sou muito grata ao senhor por ter acreditado em mim e me dado a chance de chefiar a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Saúde de Pernambuco durante esses quatro anos e oito meses (além da Secretaria de Saúde do Recife, por um ano). Vivi muitas coisas boas aqui, aprendi muito. Só que chegou o momento de mudar. Na verdade venho adiando este momento por diversos motivos, entre eles minha ligação com o senhor e sua equipe e o salário que ganho, que é o que sustenta a mim e a minha filha.
Mas agora sinto que é hora de me lançar no abismo e mergulhar no desconhecido. Preciso arriscar. Muitos acham que sou louca por desperdiçar este emprego. Mas agora estou escutando meu coração e ele me diz que preciso ousar.
A profissão pra mim é uma das coisas mais importantes da minha vida e por isso tenho que estar feliz nela. E não estou. Sinto-me desmotivada, sem desafios. Tenho me pegado pensando várias vezes: “A vida é uma e estou aqui numa sala fechada com ar condicionado passando número de dengue ou leptospirose pra Imprensa. O que estou fazendo da minha vida?” Quero escrever sobre outras coisas, ajudar o mundo de forma mais direta e verdadeira. Sonhadora? Pode ser, mas é assim que sou. Sinto que necessito chegar mais próximo de minha essência. Tenho que alçar outros vôos pra minha evolução.
Quero também dizer que tenho muito respeito pelo senhor e que não sinto raiva nem mágoa. Apenas gratidão e respeito. Minha decisão não tem relação direta com o ocorrido ontem. Eu já vinha querendo mudar há mais de ano, mas não conseguia. O que aconteceu ontem apenas foi o empurrão que eu precisava. Não está sendo fácil pra mim desapegar de grande parte dos meus últimos anos, são pessoas, lugares, coisas, mas sinto que é o momento de deixar pra trás e seguir rumo a outras vivências.
Espero que essa transformação faça-nos crescer cada vez mais, para que renasçamos melhores e mais conscientes de nossa missão.
Um abraço,
Luciana Rabelo
28.08.2003
Um comentário:
Senão fosse isso não existiria o Ventilador Cultural, nem a gente ficaria amiga...nem nem nem...besos!
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