sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ô eu lá

(Por Anaíra Mahin)

no tempo de dona Carminha moça,
era o divertimento a pracinha dos hotéis,
onde, entre o doce dos roletes, e o crocante da beira seca,
se imaginavam romances



Ô eu lá!
(Por Luciana Rabelo)

Nesse tempo eu queria ter vivido...

Respirar o ar puro do Sertão!
ver a Lua nascer e ir pro chão
num Céu limpo, repleto de magia.

O silêncio da rua adormecida
Me ensinar que é preciso paciência.
E o Sol colorir o meu caminho
Abrasar o meu sangue e minha alma.

Conviver com meu povo, com o amor
Transmutar sentimentos em um mote
Namorar na calçada da Usina
Encenar o amor de outro amante

Ir à feira comprar de tudo um pouco
encontrar todo mundo num lugar
tomar caldo de cana, ouvir cordel
só voltar quando a feira acabar

conversar com os loucos nas calçadas
caminhar nas estradas indo aos sítios
escutar cantoria e bolero
e o blém-blém lá do sino da igreja

ler as cartas daquele bem amado
muitas horas me deslocar de trem
No Natal ganhar um vestido novo
e nos bailes dançar com aquele alguém

ver estrelas cadentes me brindar
lumiar os meus sonhos, minha vida
e assim eu vivendo, tão florida,
entender que o segredo é amar.

Um comentário:

Bruno Montarroyos disse...

Lindo Lu, saudades viu !!!