Revolta dos eletrônicos

Sabe aqueles dias na vida da gente onde parece que os eletrônicos resolveram fazer greve, ou sei lá o que, e começam todos a dar problemas? Recentemente me vi mais uma vez nesta situação. Primeiro foi o som, que até hoje só liga quando quer. Em seguida a luz do meu quarto. Logo depois o ventilador de teto. O carro começou então a emitir um barulho estranho. O teclado do computador enlouqueceu depois de um banho de cerveja. O telefone não está ligando (mas isso foi porque não paguei a conta). Até aí, já tava meio assim, mas sem tomar uma atitude reparadora.

Foi quando meu computador inventou de não ligar que eu pirei. É impressionante como problemas no meu computador me deixam abalada. Levei rápido ele na assistência. Chegando lá ele ligou. Troquei o cabo da fonte pra ver se este era o problema e voltei pra casa com ele a tiracolo. Quando cheguei, troquei o cabo e ele ligou. Destroquei pra ver qual era, e ele ligou de novo. Vi então que não era o cabo, mas como ele tava funcionando, relaxei. No outro dia, ele não liga. Eu cheia de trabalho pra fazer, textos pra escrever, e-mails, vídeos pra editar...Bem, vou resumir toda a ladainha que rolou, porque foram muitos vai e vem. Passei uns 20 dias tentando resolver. O problema é que toda vez que eu ia pra assistência, quando chegava lá, ele ligava. Chamei eletricista, troquei duas vezes a fonte, consultei várias pessoas, e nada. O que mais me incomodava era eu não saber a causa. Na última vez que fui à assistência, o menino do balcão falou: “- sabe o que pode ser? Solda fria. Tenta passar um secador de cabelo na CPU pra ele esquentar e depois tenta ligar. “

Pronto, agora ou deixo ele ligado, ou troco a placa-mãe ou tenho que comprar um secador de cabelos. Meu amigo Grilo, disse que o problema era psicológico, de vaidade do computador. Eu que tanto detesto escovinha, agora tenho que ter um secador de cabelos pra poder trabalhar.

Mas eu pirei mesmo quando minha câmera levou uma queda. Foi foda. Tava num banheiro e não lembrei que a bolsa da câmera tava aberta, e então, com meu jeito avexado de ser, puxei a bolsa do balcão e a câmera voou se chocando brutalmente com o chão. Obviamente, depois de tamanho baque, e da onda de greve dos eletrônicos que tava rolando comigo, a câmera ficou sem funcionar. Ah! Uma semana antes disso ela levou uma chuva no Sertão e ficou com umas frescuras, resolvidas depois de um banho se Sol.

Quando levei a câmera no conserto, o cara logo que a viu disse: “- oh, acho que num vai ter jeito não”. Diga aí que doidêra! Mas graças às energias que começavam a mudar, teve jeito, apesar de eu ter gastado quase trezentos conto.

A partir de tantos acontecimentos, resolvi dar uma geral na minha vida. Lavei meu apartamento, pintei as paredes, comprei sal grosso, acendi velas, tô separando roupas, livros e discos pra dar, joguei um monte de papel fora (mas ainda falta muito mais), vou marcar dentista e ginecologista, me cuidar mais, arrumar dinheiro pra pagar a conta de telefone, estar mais na Natureza.