sexta-feira, 16 de novembro de 2001

Duende da Asa Norte

Dentro de um quarto, sete pessoas se juntaram para estarem juntas em uma madrugada. Garrafão de vinho, cigarro, maconha, música e falas. Dentre todos que ali estavam, um se destacava. Não por ser mais alto e bonito. Mas por ser diferente. Sem parar de falar, poetizando improvisos com o domínio da língua e da mente, ele brilhava. A essa altura, atraída por aquele ser, eu já me encontrava sentada ao lado dele. Achando pouco, resolveu se mostrar adivinho. Leu pensamentos, descobriu nossas vidas. As horas se passavam e não mais conseguia me desgrudar daquele homem mistério. Riu, brincou, ensinou, chorou, nos emocionou. Todos dormiram, já eram 8h45 da manhã, e eu ali ficava a escutá-lo, extasiada num sonho real, bom de sonhar. Ele, que pouco escutava de tanto que emitia, teve que parar por alguns momentos pra me ouvir. Mas é como se ele não precisasse, pois já me conhecia.

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